SOBRE O “VEM VINDO” DO ECLIPSE

 



 Ontem, aconteceu um fenômeno na natureza percebido não apenas por mim, mas  também, por pessoas que não estão nem um pouco conectadas com estas manifestações.

Tudo ficou absolutamente parado. Nenhuma folha se mexia, nenhum sopro, silencio total, sem vozes humanas ou animais no seu conversê habitual.

Já havia ouvido sobre a possibilidade disso acontecer em algum momento de limpeza espiritual pelo qual o planeta Terra está passando. Eu pessoalmente não sinto temor por conta dos movimentos espirituais. Temo o que tem acontecido aqui, na impossibilidade de comunicação e entendimento, temo a ira dos Homens, a falta de limite, a destruição, a covardia fantasiada de heroísmo, a fome, o que se gasta em armamentos, em pesquisas se pode haver ou não chance de vida em outro planeta, nos bilhões gastos antes que todos tenham dignidade e direitos assegurados em suas moradias, alimentação, saúde, alimentação. Que interessa se Marte é habitável se condições mínimas não são asseguradas? Hoje todos os horrores são televisionados, não há como justificar ignorância contra os fatos. Temo as práticas ditas curativas que tratam desequilíbrios como se fossem coisas a parte do nosso ser integral. Não somos parte, somos um todo. Não deveríamos acreditar, sinto eu, apenas em substâncias capazes de destruir o que não nos interessa mas entendermos que tudo em nós pede acolhimento para poder curar.

Tudo isso tem me remexido muito, mais do que em outros tempos, mesmo já tendo nascido assim remexida.

E eu que tenho claustrofobias estranhas, por exemplo, entro de boa em elevador, mas não suporto sentar apertada numa mesa, escolho sempre a cabeceira que ninguém quer, a cadeira das pontas da fileira no cinema, não aguento que me segurem o braço a não ser por paixão, mas entro em metrô lotado, tenho mais janelas do que paredes em minha casa, que vivem teladas mas abertas dia e noite. Me senti sufocada, juro para vocês. Iansã parece ter sumido e o Universo parecia estar todo com pressão baixa.

Seja transição planetária, descargas elétricas via explosões solares, acúmulo de energias densas, eletromagnetismo do planeta, sabe-se lá.

Alguém mais presenciou isso?

Hoje, acordei com a foto de Jasmine e Mateus. Ela ainda dormindo e ele ao lado. Fizeram acampamento na sala ontem à noite e lá ficaram enquanto Clara fez companhia para a avó dele no hospital, desde ontem pela manhã.

Aqueceu meu coração vê-la escolhendo o livro para a leitura antes de dormir e depois os dois no camping na sala. E fotos da bisa da Jasmine com Clara, bem-dispostas mesmo em situação adversa.

Nem sei se vou postar isso, afinal, não tem ensinamento algum para ser compartilhado. São apenas fragmentos da minha existência.

Talvez, o que eu queira dizer é que o tempo todo, pelo menos nos últimos tempos tenho certeza para mim que sim, alternamos esperança com momentos névoa.

Assistindo um mundo onde somos privilegiados porque abrigados, alimentados, livres. Temos opções!

E o que pode nos tirar do sentimento meio lamacento, assim sinto eu, é cavarmos amplitude, nos abrirmos para o mistério da vida que nos mostra que tudo pode ser diferente daqui a um segundo. E não nos esquecermos que tudo é parte do caminho, não é a jornada e sim parte dela. Precisamos oxigenar nosso corpo e nossa alma, fluir o sentir e nos movimentarmos para perto do que faz sentido para nós.

Nos pequenos grandes lutos que vivemos, também existe poesia.

 

Imagem via Pinterest

 

Mônica

 

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