Todos os caminham levam à morte. Perca-se.
Jorge Luiz
Borges
Nascer, morrer, renascer. Muitas e muitas vezes em uma mesma
vida, sem que necessariamente, a Grande Dama
peça-nos companhia.
Astrologicamente, Plutão através de sua morada ou em
movimento através da nossa Carta Celeste, trata das finalizações, das profundas
transformações interiores, do renascimento. Nos convida a recontarmos a própria
história através de processos dilacerantes para que possamos por fim
alinhavá-los.
Senhor dos mundos subterrâneos, regente de Escorpião, Plutão
é dono de um tônus singular. Cria bolsões de vazio borbulhante dentro de nós e
a nossa volta. Nos impulsiona em direção a um movimento solitário mas não nos
deixa em silêncio com nosso mundo interno.
Exige que olhemos fixamente para nós mesmos. Olho no olho, sem desviar o olhar. E aí percebemos
que não podemos controlar o nosso sofrimento, o nosso medo de perder e outros
tantos temores. Amores, hábitos, o cotidiano sem grandes surpresas e nem
carecendo de grandes decisões, conceitos, ideias emboloradas, vitalidade murcha,
horizonte embaçado e morno, atribuições sem sentido, aprisionados. A seiva dos
relacionamentos fica exposta, com seus conflitos e recursos em carne viva.
Plutão não abre mão deste e de outros poderes e é o condutor
do exercício no qual devemos prender todo o ar a nossa disposição e
submergirmos em direção ao nosso inconsciente. Na busca do quê? Dos nossos
tesouros, enterrados tão fundo dentro de nós mesmos, que quase nem nos
lembramos mais que eles existem.
O caminho a este prometido tesouro é tortuoso, faz inverno na
nossa alma, mas ele não permite descanso. Mostra-nos que a chama da VIDA está
ali, e que temos a escolha de alcançá-la, conquistando e percorrendo cada
milímetro da nossa sombra.
E aí então, após tantas mortes e renascimentos, estamos
novamente prontos para reverenciar a VIDA.
Trilha sonora? Noturno de Chopin ou então Albinoni, in Adagio for organ/violin
& strings in G minor regido por Herbert Von Karajan.
A morte deveria ser assim:
um céu que pouco a pouco anoitecesse
e a gente nem soubesse que era o fim...
um céu que pouco a pouco anoitecesse
e a gente nem soubesse que era o fim...
Mário
Quintana
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