“DIA INTERNACIONAL DA MEMÓRIA DO HOLOCAUSTO”


Vinte e sete de janeiro, lembramos os 75 anos da libertação do campo de concentração de Auschwitz por tropas soviéticas durante a Segunda Guerra Mundial.

Minha mãe é uma sobrevivente do Holocausto.

Nasceu na Sibéria em 1940, após sua mãe ter sido deportada grávida de oito meses, pelos russos que haviam invadido a regiāo em que moravam na Polônia, hoje Bielorúsia.

Muito se fala sobre a necessidade de se manter viva a memória desta barbárie para que não se repita. É verdade. Mas parte do silencio que muitas vezes permeou a história se deve ao fato de que estas memórias são tão carne viva que mal se conseguia falar delas. Eu mesma, aos poucos é que fui cavando a história da minha mãe.

Desde sempre o mundo vive barbáries e nenhuma delas pode ser esquecida. Nenhuma violência pode passar impune. Nem as pequenas violências cotidianas que vamos tolerando e aos poucos vão se transformando em monstros infiltrados em nossa existência.

A memória de todas as violências deve ser perpetuada. Não apenas as que se passaram há muito tempo, mas as que aconteceram hoje, as que acontecem agora.

Nossas crianças devem ser estimuladas a uma visão crítica e sensível do mundo para que saibam percorrer o fio condutor gerador do preconceito, do medo, da falta de expressão e liberdade. Precisam reconhecer e aceitar a diversidade e aprenderem a se questionar.

Nós, adultos, devemos estar preparados para este ensinamento. Sempre é tempo embora sejamos muito mais lentos e menos eficientes do que a vida exige.
Não façamos vista grossa, não desconheçamos a História, não ignoremos os sinais.

TODOS SOMOS RESPONSÁVEIS DE TUDO, PERANTE TODOS.”

FIODOR DOSTOIEVSKI

PS - Na foto, colorida, da direita para a esquerda, minha mãe Antonieta Felmanas, Rivka, prima da minha mãe que na época da guerra tinha 17 anos e foi quem "acompanhou” os esconderijos em que minha mãe ficava sob o cuidado e proteção de famílias cristãs e também foi quem a resgatou quando a guerra acabou. Minha minha mãe então tinha 05 anos. Rivka sobreviveu nas florestas, fazendo parte do grupo de resistência à ocupação nazista denominado partisans. E Clara Bergamo Nanni, minha filha, então com 09 anos, quando minha mãe a levou até Israel, para conhecer Rivka.

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