OLHA PARA O CÉU - AGOSTO SE VAI

 

OLHA PRÔ CÉU

AGOSTO SE VAI.

Oito dos doze meses deste singular 2020 se foram. E ainda é difícil ter clareza sobre tudo o que tem acontecido, mas uma coisa é certa: é a hora da virada. A hora em que você vai decidir o que vai fazer por sua vida, das situações que vive e sabe já flácidas de mesmice, de medo, de falta de propósito, independente do que isso signifique para cada um. 

É o momento da guinada, da mudança de sintonia. 

Precisamos construir novos caminhos e buscarmos nossa expressão profunda e verdadeira. Identificar força no meio de tanta fragilidade.

Mais do que até aqui, tenho insistido no autoconhecimento, para que possamos usar o que temos ao nosso favor e compreendermos o que embarreiramos, sabotamos, trabalhamos contra nós mesmos. 

Conscientes, escrevemos nossa própria história. Inconscientes, somos uma folhinha leve diante do vento que sopra cada vez mais forte e parece decidido a movimentar quem estiver paralisado na dor, rígido. Precisamos aprender a lidar com a imprevisibilidade, refletir a respeito da finitude, do não controle. 

É quase incompreensível não ter mais amanhã com aquilo que foi tão precioso. Mas o universo insiste e mostra que finalizações independem do nosso querer quando estamos impedidos de nos desenvolvermos.  

Ao mesmo tempo, estes processos em que vamos desmanchando pacientemente nós e tentando compreender quem somos diante disso e daquilo, de tão longos que são, vão trazendo naturalidade à alquimia que se faz urgente.  E percebemos do quanto somos capazes a partir do primeiro passo dado.

Eu não tenho como deixar de acreditar na capacidade de transformação das pessoas, ainda bem. 

Estamos vivendo um rito de passagem, reescrevendo caminhos. Temos recursos, mas também sistemas falidos e perversamente inescrupulosos.

Somos campo energético e o viver é coisa gigantesca com o qual precisamos nos entender. E para isso precisamos de pegada, de amor, paixão e encanto, de cooperação, de cuidado, acolhimento, luta.  

Observar e percorrer o mistério. É o que tenho sussurrado para mim mesma. Observar e percorrer o mistério...

PRECISAMOS DE ATREVIMENTO.

Gira mundão!

“Eu vos digo: é preciso ter ainda caos dentro de si, para poder dar à luz uma estrela dançante.” 

(Nietzsche. Assim falava Zaratustra.”)

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